Investigação contra Marconi por caixa 2 é arquivada após determinação do STF

#Justiça |  O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) arquivou um inquérito contra o ex-governador do Estado e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo. A decisão foi tomada após determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. A investigação havia sido aberta a partir da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, à Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o arquivamento, Marconi não possui mais investigações contra si.

Segundo Gilmar Mendes, a continuidade do processo de forma prolongada sem resultados tangíveis constitui constrangimento ilegal. O  juiz eleitoral Alessandro Pereira Pacheco decretou o arquivamento. O Ministro do STF justificou que “há quase cinco anos, assim, o requerente é investigado por fatos praticados, em tese, há mais de 14 anos, sem que a Polícia Federal tenha reunido provas que justifiquem o oferecimento da denúncia”.

A apuração começou em 2017, a partir do conteúdo de delações de executivos da JBS. O dono da empresa Joesley Batista e o ex-diretor Demilton Antonio de Castro apresentaram ao Ministério Público Federal (MPF) planilhas de supostos pagamentos de caixa 2, que apontavam R$ 3,3 milhões para a campanha de Marconi ao governo em 2010, quando ele foi eleito para o terceiro mandato.

Segundo as informações dos colaboradores na época, os pagamentos eram feitos a partir de pedidos de Célio Silveira, então prefeito de Luziânia e hoje deputado federal pelo MDB. Teriam sido emitidas notas falsas de postos de combustível, empresas de publicidade e pesquisa, locadoras de veículos e aeronaves para o recebimento dos valores.

As planilhas indicavam repasses de R$ 1,5 milhão por meio de postos e outro R$ 1,8 milhão através de outras empresas. Naquela campanha, a JBS também fez doação declarada à Justiça Eleitoral de outros R$ 3 milhões para a campanha marconista.

Marconi Perillo era investigado no caso por corrupção ativa e passiva, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica para fins eleitorais.