Se temperatura subir 2°C, calor extremo pode afetar 1 bilhão de pessoas

#Internacional | Especialistas alertaram na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26) que 1 bilhão de pessoas serão afetadas pelo calor extremo se as temperaturas aumentarem 2°C. Caso o aquecimento do planeta exceda os 1,5°C, o número de pessoas que serão expostas a estresse térmico extremo (combinação fatal de calor e umidade) será gigante.

“O número de pessoas que vivem em áreas afetadas por estresse térmico extremo aumenta de 68 milhões hoje para cerca de 1 bilhão”, diz estudo publicado no Met Office e divulgado na COP26.

O objetivo principal da cúpula climática, que ocorre em Glasgow, no Reino Unido, é conseguir limitar o aquecimento global a 1,5°C, mas os delegados têm advertido de que “há muito trabalho” ainda a ser feito para alcançar essa meta.

Um aumento de 4°C, alerta ainda o estudo, “pode fazer com que quase metade da população mundial viva em área potencialmente afetadas”.

O estresse térmico é definido como uma temperatura global do chamado bulbo úmido (padrão internacional para medir o estresse de calor a que as pessoas são sujeitas) acima dos 32°C, uma medida que avalia a combinação de fatores como a temperatura, a umidade, a velocidade do vento e a radiação solar. Quando essa medida atinge os 35°C, o corpo humano não consegue arrefecer com o suor e até as pessoas saudáveis que estejam à sombra podem morrer em apenas seis horas.

Nessas condições, as pessoas sujeitas a esse estresse térmico extremo podem sofrer com exaustão pelo calor e com sintomas que incluem sudorese intensa e pulso acelerado, o que por sua vez pode sobrecarregar o coração e outros órgãos, levando à falência do organismo.

“Acima desse nível, as pessoas passam a estar em risco extremo. Os membros vulneráveis da população e quem tiver trabalhos físicos ao ar livre corre maior risco de efeitos adversos à saúde. Atualmente, a métrica é usada em vários locais, como regiões da Índia, mas a nossa análise mostra que com um aumento de 4°C, o risco de calor extremo pode afetar pessoas em grandes áreas da maioria dos continentes do mundo”, explicou no documento, Andy Hartley líder de Impactos Climáticos do Met Office. 

Os países tropicais, incluindo o Brasil, a Etiópia e a Índia, são os mais atingidos pelo estresse extremo de calor, com algumas regiões atingindo temperaturas para lá do limite da capacidade humana.

Fonte: Agência Brasil com RTP | Foto: Agência Brasil/Arquivo/Fernando Frazão