#Internacional | A Rússia decidiu retirar o embargo à importação de carne bovina brasileira na sexta-feira (07/04). As restrições haviam sido impostas em 1º de março após um caso atípico e isolado de encefalopatia espongiforme bovina, também conhecida como mal da vaca louca, ter sido identificado no Pará. Outros países como China já haviam suspendido o embargo.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que a decisão da Rússia, que se soma à recente reabertura do mercado das Filipinas, representa a plena normalização do comércio do produto com a Rússia. Em 2022, as exportações de carne bovina para a Rússia somaram cerca de US$ 165 milhões.
De acordo com o comunicado do ministério, a forma atípica da doença é de ocorrência natural e espontânea no rebanho bovino, não representa risco à saúde pública e tampouco justifica restrições à importação, conforme diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca.
Ainda assim, em função do caso, a Rússia havia suspendido a importação de carne bovina de animais com mais de 30 meses de idade provenientes do Pará. O Ministério das Relações Exteriores, em conjunto com as adidâncias agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária em países estratégicos, segue atuando desde a ocorrência do caso para evitar fechamentos indevidos de mercados.
A doença da Vaca Louca (encefalopatia espongiforme bovina) é degenerativa causada por um príon, molécula de proteína sem código genético. Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados provoca, nos seres humanos, a Vaca Louca transmissível.
Na Grã-Bretanha, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos no final dos anos 1990, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.
Fonte: Agência Brasil | Foto: Marcello Casal Jr/AB