#Brasil | Desde o início da tragédia, que deixou 155 mortos no Rio Grande do Sul, as polícias do Estado prenderam 130 pessoas por crimes em meio ao contexto das enchentes. Foram 48 prisões por crimes patrimoniais, como roubos e furtos de pessoas afetadas pelos temporais, afirma a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Outras 49 pessoas foram detidas em abrigos. Não há o detalhamento das demais prisões.
No Vale do Taquari, uma das regiões mais castigadas pela tragédia, uma família sofreu tanto com a cheia quanto com a criminalidade. O roubo em uma loja em Arroio do Meio foi relatado pela empresária Marinez Silva Hauenstein em um vídeo que viralizou nas redes sociais.
Marinez e o marido têm cinco lojas de variedades (vendem alimentos, bebidas, itens de bazar, roupas, entre outros) em quatro cidades da região. Além de dois estabelecimentos em Arroio do Meio, eles também trabalham em Estrela, Cruzeiro do Sul e Lajeado. “Quatro lojas foram praticamente consumidas pela água, onde a gente perdeu praticamente tudo. E uma loja, que seria a loja do nosso recomeço, a loja onde a gente poderia continuar, simplesmente a gente teve ela roubada por completo”, diz a empresária
A família estima que 20 mil itens foram levados, totalizando um prejuízo de R$ 2 milhões. Marinez só deparou com os estragos alguns dias depois, ao conseguir voltar para Arroio do Meio, depois que as águas baixaram.
A empresária afirma que precisou dispensar parte dos funcionários e dar férias para outros, por não ter condições de reerguer as lojas. “Isso pra gente é muito triste, porque eu sei que muitas dessas pessoas contavam com trabalho, contavam com emprego, e não puderam retornar pro seu trabalho por culpa de pessoas maldosas que fizeram o que fizeram dentro da nossa loja”, lamenta a empresária. Ela afirma que registrou boletim de ocorrência sobre o caso.
Pior momento
Os saques representaram “o pior momento na área da segurança pública”, afirma o comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Claudio dos Santos Feoli. Os crimes ocorreram no momento em que muitas cidades estavam alagadas e isoladas, impedindo o acesso rápido da polícia.
Para o comandante da polícia militar gaúcha, a situação foi mais complicada em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Não era possível chegar na cidade nem pela BR-290, nem pelas águas do Rio Jacuí e do Lago Guaíba, nem por helicóptero.
Até agora, a BM prendeu oito pessoas por crimes em Eldorado do Sul. A polícia recuperou eletrodomésticos como televisores, geladeiras e fogões furtados. Os agentes também devolveram, ao dono de uma revenda, 10 tratores que haviam sido furtados por criminosos no município .
A BM conta com um efetivo de 17,8 mil policiais. Para reforçar a segurança, a corporação suspendeu as férias e reduziu os intervalos de escala dos agentes. Com um apoio de 700 soldados de outros Estados, a polícia gaúcha consegue colocar em trabalho de 6,5 mil a 7 mil PMs por dia no estado. Além disso, a Brigada Militar está com 70 barcos nas ruas – alagadas – das cidades do RS.
Fonte : G1