#Estado | O Procon Goiás registrou nos primeiros oito meses deste ano, 197 reclamações ligadas a empréstimos consignados em geral. Esse número representa um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado. O grande número de reclamações acendeu a luz vermelha e o órgão faz um alerta para que o cidadão não caia em golpes.
A crise financeira foi agravada pela pandemia da Covid-19, se tornando um dos principais fatores que fizeram as pessoas recorrerem a empréstimos. Sempre atentos, os golpistas vendem facilidade e atingem como público-alvo os idosos, beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e servidores públicos, ativos ou aposentados. Essa categoria tem facilidade em contratar empréstimos consignados em folha de pagamento.
As formas de enganar os consumidores são variadas, mas a prática da falsa portabilidade tem despertado a atenção das autoridades. Nesse caso, o falsário oferece à vítima a portabilidade de dívidas anteriores com a redução de taxa de juros das parcelas, mas na verdade, fazem um novo empréstimo. Muitas vezes, como forma de atrair os consumidores, é ofertado lucro imediato de 10% sobre o valor depositado na conta dos servidores.
O que torna esse golpe mais perigoso do que os demais é o fato de uma possível participação de um representante do banco que, em um suposto envolvimento com a organização criminosa, se encarrega de repassar informações sigilosas dos clientes que possuem empréstimos consignados e a margem disponível para realizar novas contratações. Tudo isso acaba por trazer credibilidade aos golpistas.
O dinheiro negociado para que seja efetuada a quitação da primeira dívida é depositado na conta da vítima, mas ela logo é procurada para que seja realizada uma transferência do valor para uma conta bancária vinculada ao CNPJ da empresa criminosa.
A desculpa dada pelos golpistas é que este “estorno” é necessário para a conclusão da portabilidade da dívida. Pronto, a pessoa não só se tornou vítima de um golpe, mas agora possui dois empréstimos (o original) e o recém-contratado) para quitar.
“Para não se tornar vítima deste tipo de ação é importante que o consumidor pesquise a idoneidade da empresa com a qual firmará o contrato, analise bem as cláusulas contratuais e duvide sempre das ofertas que destoem das propostas ofertadas pelo mercado”, alerta Alex Augusto Vaz, superintendente do Procon Goiás.
Primeiramente, a vítima deverá entrar em contato com a Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência. Posteriormente, ela poderá acionar a financeira envolvida na transação, via administrativa e judicial, por intermédio, respectivamente, do Procon Goiás e de um advogado de sua confiança, para que ela explique qual a sua relação com a empresa falsária.
Duas denúncias relacionadas a este golpe, já foram registradas em Goiás, mas também há ocorrências no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
Fonte: Secom Goiás