#Brasil | A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira (05/06), uma operação para cumprir sete mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão temporária contra suspeitos ligados a uma organização criminosa envolvida em imigração ilegal para os Estados Unidos. O grupo teria sido responsável por atravessar cerca de 250 brasileiros, sendo 100 menores de idade, pela fronteira mexicana.
Além dos perigos enfrentados durante a travessia, como as adversidades do deserto e a ação de criminosos ao longo do percurso, também foram apuradas ameaças aos familiares que não pagavam as quantias acordadas.
Um fato preocupante é o alto número de crianças envolvidas nas ações dos criminosos. Isso ocorre devido a um esquema que visa facilitar a permanência dos imigrantes nos Estados Unidos, já que os suspeitos respondem aos processos em liberdade, devido à dificuldade de acomodação das crianças ilegais. Conhecida como “cai-cai”, essa prática consiste em, em caso de flagrante em solo estrangeiro, o adulto se entregar às autoridades acompanhado de uma criança, ciente de que poderá permanecer nos Estados Unidos durante o período do processo.
Uma vez em território norte-americano, os imigrantes ilegais que conseguem escapar das autoridades de imigração ainda precisam viver escondidos, enfrentando a vigilância de governos estaduais que têm endurecido suas leis contra a imigração irregular, como é o caso do governador da Flórida, Ron De Santis, que recentemente implementou medidas mais severas punindo até mesmo aqueles que transportam imigrantes sem documentos.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Governador Valadares, em Minas Gerais, que também determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 26 milhões. As ações da PF estão sendo realizadas nas cidades de Engenheiro Caldas, Piedade de Caratinga e Belo Horizonte, em Minas Gerais, além de Guarulhos, em São Paulo.
A operação, intitulada Terminus-México, tem como objetivo desmantelar essa organização criminosa e responsabilizar os envolvidos pelos crimes de promoção de migração ilegal, inclusive de crianças e adolescentes, e associação criminosa. Caso condenados, os suspeitos podem cumprir até 14 anos de prisão.
Fonte: Agência Brasil | Foto: PF