Polícia Civil faz operação contra empresa que recebeu pagamentos indevidos de obras estaduais

#Polícia | A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou, nesta terça-feira (28/01), a operação “Obra Simulada”, que investiga um esquema de corrupção em contratos administrativos firmados entre a Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra) e uma empresa privada do Distrito Federal. Os contratos, celebrados entre 2023 e 2024, envolveram a reforma e manutenção de 26 prédios públicos em Goiás, totalizando quase R$ 28 milhões. O prejuízo inicial aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 10 milhões.

As investigações foram obtidas após relatórios técnicos e inspeções realizadas pela Gerência de Inspeções da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) e pela Gerência Estratégica da Polícia Civil na Seinfra. Os documentos apontaram pagamentos antecipados irregulares, sem atraso na execução das obras, além de compromissos de superfaturamento nos serviços contratados.

Prejuízo milionário e prevenção de lavagem de dinheiro

O prejuízo inicial aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 10 milhões, valor referente a pagamentos indevidos. Esse montante ainda pode aumentar, considerando que algumas estruturas foram demolidas e não reconstruídas pela empresa contratada, o que exigirá novos investimentos do Estado.

A investigação também revelou um possível esquema de direcionamento ilegal na contratação, favorecendo a empresa envolvida e os agentes públicos. Além disso, há fortes promessas de lavagem de dinheiro, já que parte dos valores pagos irregularmente foi repassada a empresas do Distrito Federal ligadas a familiares e amigos do “sócio oculto” da empresa contratada. O esquema incluía saques diretos em agências bancárias logo após os pagamentos indevidos.

Mandados e prisões

Ao todo, foram cumpridos 114 mandados judiciais, incluindo:

  • 32 mandatos de remoção de sigilos bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos;
  • 26 mandatos de bloqueio de bens e valores;
  • 7 mandatos de classificação de frequência em determinados locais;
  • 10 mandatos de jurisdição de contratação com o poder público (envolvendo empresas investigadas);
  • 24 mandatos de busca e apreensão;
  • 15 mandatos de prisão temporária.

As ações ocorreram em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal. A Polícia Civil segue com as investigações para apurar a participação de outros envolvidos e o impacto financeiro real do esquema fraudulento.

Fotos: Polícia Civil

Policiais Civis durante operação em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal