#Polícia | A Polícia Federal (PF) solicitou à Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) a inclusão do nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de pessoas procuradas internacionalmente, conhecida como Alerta Vermelho. A medida ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar sua prisão nesta quarta-feira (04/06).
A decisão foi tomada após Zambelli anunciar que deixou o país, descumprindo determinações judiciais impostas enquanto respondia a processo no Supremo. Moraes determinou ainda o bloqueio dos passaportes da parlamentar e ordenou que a PF informe o paradeiro da deputada, com o objetivo de solicitar sua extradição junto às autoridades do país onde se encontrar.
A ordem de prisão foi motivada pela condenação imposta à deputada no fim de maio, quando a Primeira Turma do STF a sentenciou a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e associação criminosa, relacionados à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com ajuda do hacker Walter Delgatti, também condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi quem solicitou a prisão, argumentando que havia risco de fuga e que Zambelli buscava frustrar a execução da pena. Moraes acatou o pedido, afirmando que a parlamentar abandonou o território nacional mesmo após ser condenada, o que, segundo ele, “configura tentativa deliberada de obstruir a Justiça”.
Defesa contesta decisão
Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira, Carla Zambelli classificou a ordem de prisão como “ilegal, inconstitucional e autoritária”. Ela criticou o fato da decisão ter sido tomada de forma monocrática, sem deliberação do plenário do Supremo, e reiterou que recorrerá da medida.
“Não existe base jurídica que justifique a decretação de prisão em um processo que ainda não transitou em julgado. Estou sendo vítima de perseguição política”, afirmou Zambelli.
Repercussão e próximos passos
Com a solicitação feita à Interpol, Zambelli pode ser incluída na lista de procurados internacionais, o que permitirá sua localização e eventual prisão fora do Brasil. A partir disso, o governo brasileiro poderá formalizar o pedido de extradição ao país onde a deputada for localizada.
A inclusão no alerta vermelho da Interpol não significa automaticamente extradição, já que o processo depende da legislação e dos acordos bilaterais do país envolvido. Caso capturada, Zambelli poderá ser detida preventivamente até que o STF delibere sobre os trâmites para seu retorno compulsório ao Brasil.
A situação da deputada reacende o debate sobre o uso de decisões monocráticas no STF e aprofunda a polarização política em torno do judiciário brasileiro, especialmente em casos envolvendo figuras de projeção nacional.
Fonte: Agência Brasil | Foto: | Internet