#Religião | O mundo perdeu, na madrugada desta segunda-feira (21/04/25), uma das figuras mais influentes da história recente da Igreja Católica. O papa Francisco, de 88 anos, faleceu em sua residência oficial, na Casa Santa Marta, no Vaticano, após complicações de saúde provocadas por uma pneumonia dupla. A morte foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, em comunicado oficial.
O pontífice ficou internado por cerca de 40 dias e chegou a reaparecer em público no último sábado (19/04), durante uma missa na Basílica de São Pedro. No Domingo de Páscoa (20/04), apesar do estado debilitado, Francisco fez questão de abençoar os fiéis na Praça de São Pedro. Em seu último pronunciamento público, emocionou o mundo ao pedir que os líderes políticos “não cedam à lógica do medo”, e sim priorizem o combate à fome, o apoio aos necessitados e o desenvolvimento social.
Uma trajetória marcada pela fé, humildade e coragem
Filho de imigrantes italianos, Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Antes de entrar para o sacerdócio, formou-se em química e só mais tarde, aos 20 anos, decidiu seguir a vocação religiosa, ingressando no seminário da Companhia de Jesus — ordem religiosa conhecida como Jesuítas.
Ordenado padre em 1969, tornou-se bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e, em 1998, foi nomeado arcebispo da capital argentina. Em 2001, recebeu o título de cardeal das mãos do então papa João Paulo II.
Em 13 de março de 2013, foi eleito papa, sucedendo Bento XVI, que havia renunciado — um gesto raro na história da Igreja. Ao assumir o pontificado, escolheu o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade, paz e cuidado com os pobres.
O papa dos tempos modernos
Francisco entrou para a história como o primeiro papa latino-americano e jesuíta, e também como um dos mais progressistas. Ele enfrentou resistências internas por adotar uma postura mais aberta e inclusiva, sem deixar de lado temas sensíveis para a Igreja.
Entre suas marcas mais profundas, estão:
- A defesa dos imigrantes, pobres e marginalizados;
- O combate incisivo contra os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja;
- O estímulo ao diálogo inter-religioso e à proteção do meio ambiente;
- E reformas internas no Vaticano, tanto administrativas quanto doutrinárias.
Em 2025, o Vaticano aprovou novas diretrizes que permitiam que homens gays ingressassem nos seminários, desde que seguissem o celibato. Um gesto considerado revolucionário por especialistas em direito canônico.
Saúde frágil e força de espírito
Desde jovem, Francisco enfrentava problemas de saúde, incluindo a remoção de parte de um dos pulmões. Nos últimos anos, agravaram-se episódios de bronquite, pneumonia e problemas de mobilidade, o que o obrigou a usar frequentemente cadeira de rodas. Em fevereiro deste ano, o papa foi internado por bronquite e, mesmo com melhora momentânea, seu quadro voltou a se agravar.
Mesmo debilitado, nunca deixou de tentar estar próximo do povo — sua última aparição pública é vista, agora, como um ato de despedida silenciosa.
Luto e comoção mundial
A notícia da morte de Francisco mobilizou líderes políticos e religiosos de todo o mundo. O Vaticano declarou luto oficial, e milhares de fiéis já se reúnem na Praça de São Pedro para prestar homenagens. Flores, velas e orações ocupam os arredores da Santa Sé.
O velório do papa será realizado nos próximos dias, com previsão de missa solene na Basílica de São Pedro, antes do sepultamento.
O que vem agora?
Com a morte do pontífice, a Igreja Católica se prepara para um novo Conclave, processo secreto no qual os cardeais se reúnem para eleger o novo papa. A data do conclave ainda será anunciada oficialmente.
A morte de Francisco deixa um legado de empatia, coragem e reforma. Ele não apenas liderou a Igreja, mas também dialogou com o mundo, unindo fé e humanidade num tempo marcado por conflitos, desigualdades e incertezas.
Fonte: Metrópoles
