#Justiça | A rede social X, antigo Twitter, começou a sair do ar na madrugada deste sábado (31/08), em várias operadoras no Brasil. A decisão de suspensão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (30/08), em resposta à rede social por não cumprir ordens judiciais, deixar de pagar multas e não indicar um representante legal no país. O assunto foi um dos mais comentados no país.
Usuários de operadoras como Vivo, Claro e Oi relataram que não conseguiram acessar a rede social logo após o início da suspensão. Segundo o Downdetector, site que monitora interrupções de serviços online, houve um pico de queixas sobre o X por volta das 0h10. No entanto, até a última atualização desta reportagem, alguns usuários ainda conseguiam acessar a plataforma parcialmente, com o layout carregando, mas sem exibir postagens ou perfis.
A suspensão de uma rede social por ordem judicial não ocorre de imediato. O procedimento envolve a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enviando o ofício com a ordem de bloqueio para as operadoras de internet, que então impedem o acesso dos clientes ao serviço. Esse processo pode levar até um dia útil para ser concluído.
Em um primeiro momento, Moraes também havia determinado que empresas como Apple e Google retirassem o aplicativo do X de suas lojas online e bloqueassem apps de VPNs. No entanto, essa medida foi suspensa pelo próprio ministro horas depois. Ainda assim, a previsão de multa de R$ 50 mil por dia permanece para quem utilizar métodos alternativos, como VPNs, para acessar a rede social.
A tensão entre o X e o STF começou a escalar em 17 de agosto, quando a rede social anunciou o fechamento de seu escritório no Brasil, alegando que o ministro Alexandre de Moraes havia ameaçado prender a então representante legal da empresa no país. Desde então, a plataforma desobedeceu diversas determinações da Justiça brasileira para remover perfis com conteúdo golpista ou de ataque às instituições, acumulando R$ 18,3 milhões em multas aplicadas pelo STF.
Elon Musk, proprietário do X, criticou abertamente Moraes em sua própria plataforma, chamando-o de “ditador e fraude” e prometendo expor o que chamou de “longa lista de crimes” do ministro a partir de domingo (01/09).
O bloqueio afeta tanto o site quanto o aplicativo do X. Para alguns usuários, ainda é possível visualizar a interface da rede social, mas sem conseguir acessar os conteúdos ou interagir. Com a suspensão do X, muitas pessoas estão migrando para plataformas alternativas, como o Threads e o Bluesky.
A decisão de suspender uma rede social no Brasil não é inédita; o WhatsApp e o Telegram também foram alvo de suspensões semelhantes em anos anteriores por descumprirem ordens judiciais.
A situação continua em desenvolvimento, e é possível que novos desdobramentos ocorram nas próximas horas e dias, especialmente à medida que a rede social tenta resolver suas pendências com a Justiça brasileira.
Fonte: G1 | Foto: Internet