Morre Ney Latorraca aos 80 anos, ícone da dramaturgia brasileira

#TV | O Brasil perdeu nesta quinta-feira (26/12) um dos maiores nomes da sua dramaturgia: o ator Ney Latorraca, que faleceu aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado na Clínica São Vicente, no bairro da Gávea, desde o dia 20 de dezembro, em tratamento contra um câncer de próstata. A causa da morte foi uma sepse pulmonar.

Com mais de cinco décadas de carreira, Ney Latorraca deixou um legado alternativo na televisão, no teatro e no cinema. Filho de um cantor e de um corista, Ney nasceu envolto pelo universo artístico e iniciou sua trajetória ainda na infância, atuando em radionovelas e teatro estudantil. Sua estreia na televisão, inicialmente como figurante, foi o primeiro passo para construir uma carreira marcada por personagens icônicos.

Trajetória

Desde a estreia na TV Globo em 1975, na novela Escalada, Ney Latorraca se consolidou como um dos maiores talentos da teledramaturgia brasileira. Entre seus papéis mais memoráveis ​​estão o extravagante Volpone, de Um Sonho a Mais (1985), o carismático vampiro Vlad, de Vamp (1991), e o irreverente Barbosa, do humorístico TV Pirata (1988). Ele também brilhou em novelas como Da Cor do Pecado (2004), marcando a memória afetiva do público.

Mesmo reconhecendo o impacto do sucesso em sua vida, Ney comentou, em entrevista ao programa Persona In Foco , da TV Cultura, que causou dificuldades ao lidar com a fama: “O sucesso mexeu comigo, não sabia que o sucesso era tão violento desse jeito. Fiquei com medo na época, fiquei doente.”

A saúde de Ney já havia cuidados exigidos em 2012, quando o ator passou quase 50 dias internado na UTI após complicações de uma cirurgia na vesícula. Apesar dos desafios, Ney manteve-se resiliente, vivendo com descrição ao lado do marido, Edi Botelho, com quem esteve casado por 29 anos.

Ney também foi pioneiro ao assinar um contrato vitalício com a TV Globo, algo raro na emissora, especialmente em um momento de reestruturação de contratos.

Sem filhos, Ney Latorraca decidiu deixar seu patrimônio para instituições de teatro e projetos sociais, reforçando sua conexão com a arte, que ele sempre define como sua missão principal. “Ator já nasce ator. Aprendi desde pequeno que preciso representar para sobreviver”, declarou ao Memória Globo .

Fonte: Metrópoles | Foto: Divulgação