O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) foi preso no início da tarde desta quarta-feira (10), quando prestava depoimento à Polícia Federal (PF) sobre a Operação Cash Delivery desencadeada na última semana antes das eleições e que resultou na prisão de cinco pessoas.
Perilllo tinha depoimento marcado para às 15 horas mas chegou por volta das 13h e entrou pelos fundos da sede da Polícia Federal. A imprensa só soube da prisão com a divulgação de uma nota da defesa do ex-governador. Perillo passará a noite na seda PF.
Marconi Ferreira Perillo Júnior foi deputado estadual, deputado federal, senador e governador por quatro vezes. No último domingo (7) ficou em quinto lugar na disputa para o Senado Fedral. Até a operação da PF, Perillo aparecia em primeiro lugar em todas as pequisas.
A Operação Cash Delivery realizada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal tem o objetivo de provar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa atribuídas ao ex-governador de Goiás, Marconi Perillo. A operação tenta identificar o destino de aproximadamente R$ 12 milhões que teriam sido repassados para o ex-governador, por meio de propina.
Foram presos no dia 28, o então presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop) e coordenador da campanha de reeleição do governador José Eliton (PSDB), Jayme Rincon, seu filho Rodrigo Godoi Rincon, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.
Dos cinco presos, só permanece na prisão, o policial militar Márcio Garcia. Na casa dele, foi encontrado quase R$ 1 milhão em espécie. Ainda não foi divulgado a origem e o destino do dinheiro encontrado. (O POLICIAL CONSEGUIU HABEAS CORPUS E FOI SOLTO NESTA QUARTA-FEIRA À NOITE).
Segundo o Ministério Público Federal, quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo teria solicitado e recebido propina no valor de R$ 2 milhões (2010) e R$ 10 milhões (2014), em troca de favorecer interesses da empreiteira Odebrechet que manteve contratos e obras no Estado de Goiás.
Nota da defesa de Marconi Perillo.
NOTA DA DEFESA DE MARCONI PERILLO
A Defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região ja concedeu 2 liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de 2 ilustres Desembargadores.
O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento.
Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados. A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham comtemporaneidade.
Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos .
Antônio Carlos Carlos Castro, o Kakay, advogado de defesa