#Religião | Nos últimos dias, o nome de Frei Gilson tem dominado as redes sociais, gerando debates intensos entre admiradores e críticos. O sacerdote católico, conhecido por suas orações transmitidas pela internet, ao vivo, nas madrugadas, vem reunindo uma audiência impressionante, mas também enfrentando questionamentos sobre suas declarações e suposta inclinação política.
O sucesso nas redes sociais
Desde a Quaresma de 2023, Frei Gilson tem mobilizado milhões de fiéis ao iniciar a recitação do Rosário às 4h da manhã. Somente em uma de suas transmissões recentes, o sacerdote atraiu cerca de 1,3 milhão de espectadores simultâneos, consolidando-se como um dos principais influenciadores católicos da atualidade. No Instagram, acumula 7,6 milhões de seguidores, enquanto seu canal no YouTube supera os 6,5 milhões de inscritos, ultrapassando figuras como Padre Marcelo Rossi.
Além do papel de evangelizador digital, Frei Gilson também se destaca como cantor. Canções como “Eu Seguirei” e “Acalma Minha Tempestade” têm milhões de execuções em plataformas como o Spotify, onde ele conta com mais de 1,3 milhão de ouvintes mensais.
As críticas e polêmicas
Apesar do crescente sucesso, algumas declarações do sacerdote têm sido alvo de críticas. Durante uma pregação no Dia Internacional da Mulher (8 de março), Frei Gilson afirmou que a “fraqueza da mulher” é “sempre querer mais” e criticou o conceito de empoderamento feminino. A frase gerou grande repercussão, sendo apontada como machista por diversos internautas.
Críticos também resgataram falas antigas do religioso, incluindo comentários sobre o “perigo do comunismo”, reforçando a ligação que alguns fazem entre ele e setores da direita política brasileira. Alguns opositores o associam ao bolsonarismo e até às investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado.
O apoio da direita
Se, por um lado, Frei Gilson recebe críticas, por outro, é amplamente defendido por figuras da direita política. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) saíram em sua defesa, acusando a esquerda de “perseguir” o sacerdote por sua influência na mobilização cristã. Bolsonaro chegou a publicar uma foto do frei em seu perfil no Instagram, destacando-o como um “fenômeno de oração”.
Para seus apoiadores, as críticas fazem parte de uma tentativa de desmoralizar figuras religiosas que ganham notoriedade. Eles também apontam que trechos de suas pregações têm sido retirados de contexto para fortalecer uma narrativa negativa contra o sacerdote.
Frei Gilson: Quem é Ele?
Nascido em São Paulo no dia 17 de dezembro de 1986, Frei Gilson da Silva Pupo Azevedo foi ordenado sacerdote em dezembro de 2013. Durante nove anos, esteve à frente da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Diocese de Santo Amaro, antes de integrar a Ordem Carmelita Mensageiras do Espírito Santo, em Nova Almeida (ES).
O frei tornou-se um dos maiores nomes da evangelização digital no Brasil, alcançando milhões de pessoas diariamente com suas orações, sermões e músicas.
O Impacto na Sociedade
O fenômeno Frei Gilson reflete uma forte tendência do Brasil, país onde 89% da população afirma acreditar em Deus. Seu sucesso evidencia o poder das redes sociais na disseminação da fé e do discurso religioso, ao mesmo tempo em que levanta debates sobre o papel da religião na política e nas questões sociais.
Enquanto para muitos ele representa uma inspiração e um líder espiritual, para outros é um agente de discursos conservadores que reforçam estruturas tradicionais. De qualquer forma, seu impacto na internet e na sociedade é inegável, e a discussão sobre seu papel na atualidade deve continuar por muito tempo.
Fontes: G1 e Metrópoles | Fotos: Internet
