#Saúde | A campanha Fevereiro Roxo é dedicada à conscientização sobre doenças crônicas como fibromialgia, lúpus e Alzheimer. Essa iniciativa busca informar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para essas condições, buscando melhor qualidade de vida para os pacientes. Para facilitar o acesso às informações sobre o assunto, o Hospital de Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS) está trabalhando com o grupo terapêutico Mulheres de Fibra.
De acordo com a coordenadora médica do HDS, Marina Alves, “A fibromialgia é uma doença crônica, não tem cura e ela apresenta como uma dor generalizada, sintomas de fadiga, o paciente tem distúrbios de sono e tem uma sensibilidade aumentada em várias regiões do corpo. É muito importante o gerenciamento de estresse, controlando a ansiedade porque isso vai impactar também diretamente no sucesso do tratamento.”
O grupo terapêutico Mulheres de Fibra recebe pacientes admitidas via regulação no HDS e que são diagnosticadas com algum transtorno associado a fibromialgia, elas recebem suporte individual com avaliações periódicas pela psicóloga responsável e em grupos com encontros que acontecem semanalmente desde 2016. Além disso, o tratamento multidisciplinar inclui diversas especialidades que buscam o melhor tratamento para as pacientes e assim, garantir o bem-estar e uma melhor qualidade de vida.
Lidiane Moraes, psicóloga hospitalar e responsável pela condução e avaliação do grupo, destaca a importância do tratamento terapêutico para as mulheres diagnosticadas com uma doença crônica. “Geralmente a fibromialgia está associada a outras comorbidades, como ansiedade e depressão, o tratamento terapêutico é importante para o reconhecimento e validação das emoções, pois as alterações emocionais implicam privação de sono, irritabilidade e estresse que aumentam a sensação e a intensidade da dor.”
Maria Inês, diagnosticada desde 2014 com fibromialgia, participa do grupo há cinco anos e conta que estar com pessoas com a mesma vivência que ela tem ajudado em todos os sentidos, destaca o apoio de todas as participantes do grupo e a importância do atendimento integral recebido na unidade com cardiologista, dermatologista, nutricionista, educação física e o atendimento terapêutico com as psicólogas.
Já para Simone de Souza, de 52 anos, os altos e baixos da doença são a maior dificuldade. Ela conta que quando foi diagnosticada achou que era uma doença normal, mas foi agravando até não conseguir mais trabalhar e perder o emprego. “Um dia você está bem, outro dia já está ruim, tem dia que você não consegue nem levantar da cama. Graças a esse grupo que eu estou de pé hoje, você vê nas experiências de cada um, no dia a dia, tem coisas que a psicóloga traz que parece que você abraça.”, conta.
Renata Moreira, de 43 anos, teve seu diagnóstico demorado e após vários exames e tratar alguns sintomas, ele trouxe um tratamento mais eficaz. “Aqui a gente tem mais informações, a gente pode contar com quem realmente entende o que você está passando. A dor que você está sentindo não é uma dor visível, é uma dor que só você sente, aqui as pessoas do grupo passam pela mesma situação então a gente vê na experiência do outro uma forma de aliviar e de ajuda e apoio mútuo. Você sabe com quem contar, é uma outra família que formamos aqui de pessoas que vivem experiências parecidas.”
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, onde o profissional faz uma análise da história da paciente e realiza exame físico, o quadro de dor persistente é avaliado e são excluídas outras causas para a dor. Pode ser causada por um trauma e faz com que a pessoa possua maior sensibilidade à dor. O tratamento deve incluir medicamentos, atividade física e acompanhamento psicológico.