Equipes de resgate intensificam buscas após terremoto devastador em Mianmar e Tailândia

#Internacional | Equipes de resgate trabalham incansavelmente para localizar sobreviventes em meio aos escombros de um edifício que desabou em Bangcoc, após um terremoto de magnitude 7,7 atingir a região na sexta-feira (29/03). O tremor, um dos mais devastadores do último século no Sudeste Asiático, já deixou mais de 1.600 mortos em Mianmar e causou destruição significativa em diversas cidades, incluindo a capital tailandesa.

Mianmar: Cenário de devastação e busca por sobreviventes

O governo militar de Mianmar, sob o comando do general Min Aung Hlaing, autorizou a entrada de equipes internacionais de resgate para auxiliar nos esforços de busca. De acordo com a BBC birmanesa, o número de mortos já chega a 1.644 e pode aumentar, com milhares de pessoas ainda desaparecidas sob os escombros.

Na cidade de Mandalay, uma das mais afetadas, moradores desesperados cavavam com as próprias mãos para tentar resgatar parentes e vizinhos presos sob os destroços. Segundo relatos, a falta de maquinário pesado e a demora das autoridades dificultam os trabalhos de resgate.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) estima que o número de vítimas pode ultrapassar 10.000 e que as perdas econômicas devem superar a produção anual do país.

Aeroportos e infraestruturas críticas foram severamente afetados. Os aeroportos internacionais de Naypyitaw e Mandalay foram fechados temporariamente devido aos danos estruturais, incluindo o colapso da torre de controle do aeroporto da capital.

Bangcoc: Operação de resgate em arranha-céu desabado

Na Tailândia, os efeitos do terremoto foram sentidos de maneira intensa, especialmente em Bangcoc. Um prédio de 33 andares em construção desabou, deixando pelo menos 47 trabalhadores desaparecidos ou presos nos escombros, incluindo cidadãos de Mianmar. Até o momento, nove mortes foram confirmadas no país.

As equipes de resgate tailandesas trabalham sem descanso para localizar sobreviventes, enfrentando riscos devido à instabilidade da estrutura. O governo mobilizou equipes especializadas e cães farejadores para acelerar as operações.

Ajuda internacional mobilizada

Diante da catástrofe, diversos países enviaram ajuda humanitária para Mianmar:

  • China anunciou um pacote de US$ 13,77 milhões em auxílio, incluindo tendas, cobertores e kits médicos de emergência.
  • Índia enviou um avião militar com suprimentos de socorro e prepara o envio de navios com 40 toneladas de ajuda humanitária.
  • Rússia, Malásia e Cingapura também mobilizaram aeronaves com equipes e suprimentos.
  • Coreia do Sul destinou um pacote inicial de US$ 2 milhões para assistência emergencial.
  • Estados Unidos, mesmo mantendo sanções contra a junta militar de Mianmar, anunciaram apoio humanitário.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) declarou que está pronta para coordenar os esforços de recuperação e apoiar as vítimas do desastre.

“Nenhuma ajuda está chegando”

Apesar dos esforços internacionais, moradores de Mandalay relatam que muitas vítimas ainda estão presas sob os escombros sem que equipes de resgate consigam alcançá-las. “Muitas pessoas estão presas, mas não há ajuda porque não há mão de obra, equipamentos ou veículos”, disse um morador que pediu anonimato.

Outro sobrevivente, Htet Min Oo, de 25 anos, relatou sua frustração ao tentar resgatar familiares presos nos escombros: “Depois de tanto tempo, acho que não há mais esperança”, disse, chorando.

O terremoto expôs a fragilidade das infraestruturas de Mianmar, já enfraquecidas por anos de conflitos internos e instabilidade política. Com a chegada de novas equipes de resgate e suprimentos, a esperança é de que mais vidas possam ser salvas nos próximos dias.

Fonte: Agências Internacionais | Foto: Reuters