#Cidades | Com dias ensolarados e sem chuva, as férias de julho em Goiás são ideais para a garotada empinar pipa. Porém, essa tradicional brincadeira pode se tornar extremamente perigosa quando não se leva em consideração a segurança ao soltar pipas próximas à rede elétrica. Os riscos vão desde desligamentos na rede de energia até acidentes graves, colocando em perigo tanto a vida dos brincantes quanto o fornecimento de energia para milhares de pessoas.
Segundo dados do Centro de Operação Integrado da Equatorial Goiás, no primeiro semestre de 2022, cerca de 6 mil clientes foram afetados por 267 ocorrências relacionadas à pipa e a rede elétrica no Estado. Entretanto, este ano, o cenário se agravou consideravelmente, com mais de 76 mil clientes sofrendo com a falta de energia em decorrência de 280 afetações, um aumento surpreendente de mais de 1.166% de clientes impactados.
As cidades mais afetadas são Goiânia, Aparecida, Senador Canedo, Anápolis e Valparaíso, onde a combinação perigosa entre pipas e a rede elétrica têm trazido problemas e prejuízos significativos para o fornecimento de energia elétrica.
O gerente do Centro de Operação Integrado da Equatorial Goiás, Vinicyus Lima, alerta para o risco de acidentes envolvendo pipas e rede elétrica. Ele destaca que os incidentes com pipas próximas às linhas de energia provocam sérios problemas para a rede elétrica, prejudicando o fornecimento de energia e afetando milhares de pessoas. “Quem solta pipa perto da rede elétrica, se expõe a um sério risco de acidente. É uma combinação perigosa”, enfatiza.
O número de clientes impactados por problemas na rede elétrica causados por pipas teve um aumento alarmante, ultrapassando 150 mil no ano passado, com mais de 600 ocorrências registradas. Esse cenário implica em uma realocação de recursos e equipe, que poderiam estar atendendo a outros tipos de chamados, para retirar as pipas, realizar reparos e substituir partes dos fios danificados.
As interrupções no fornecimento de energia causadas por pipas ocorrem por diversas razões. Além do risco de rompimento dos cabos, as linhas que ficam enroscadas na rede elétrica provocam desgaste na fiação, podendo ocasionar curtos-circuitos e riscos de choque elétrico. Diante dessas situações, equipes da distribuidora são mobilizadas imediatamente para realizar os reparos necessários e substituir a fiação, a fim de restabelecer o serviço o mais breve possível.
Para evitar esses transtornos e riscos, Vinicyus enfatiza a importância de conscientizar a população sobre os perigos de soltar pipas próximas da rede elétrica. Pais e responsáveis devem orientar seus filhos sobre os cuidados necessários durante essa brincadeira, evitando áreas próximas à rede elétrica e adotando medidas de segurança.
A Equatorial Goiás reforça que a colaboração de todos é essencial para evitar esse tipo de ocorrência, garantindo a segurança dos brincantes, a integridade da rede elétrica e o bem-estar de toda a comunidade. O alerta é válido não apenas durante as férias, mas durante todo o ano, para que a diversão não se torne uma fonte de preocupações e problemas.
Para garantir que a brincadeira ocorra de forma saudável e com segurança, a Equatorial Goiás compartilha 10 dicas sobre prática de empinar pipa:
1) Nunca tente recuperar itens que estejam pendurados na rede elétrica. Somente técnicos da distribuidora, treinados para este trabalho, que exige o uso de equipamentos de segurança, estão aptos a manusear a rede;
2) Soltar pipas perto da rede elétrica é extremamente perigoso, sob risco da linha ou da pipa enroscar nos fios, ocasionando descarga elétrica. O mais indicado é empinar pipas em espaços abertos e afastados das fiações, como parques e campos de futebol;
3) Materiais metálicos, como o alumínio, não devem ser usados na fabricação da pipa, pois conduzem eletricidade, aumentando a chance de choque elétrico, com risco de morte;
4) Evite a utilização de “rabiolas”, pois elas agarram nos fios elétricos, desligando o sistema e provocando choques, muitas vezes fatais;
5) Não é indicado soltar pipas na chuva ou em dias com raios. Ela funciona como pára-raios, conduzindo energia e podendo provocar acidentes;
6) Caso a pipa enrosque em postes ou antenas, oriente os praticantes a não arremessar objetos nos fios e não tentar resgatá-los;
7) O uso de cerol (pó de vidro com cola) oferece mais um risco: corta os fios de alumínio ou de cobre, o que pode levar a choques por rompimentos de cabos;
8) O uso da chamada linha chilena, que possui poder de corte quatro vezes maior que o cerol tradicionalmente usado nas pipas, tem agravado a situação. O risco de acidentes fatais é alto para pedestres e motociclistas e os danos à rede elétrica também são maiores;
9) É aconselhável ter sempre um adulto responsável acompanhando as crianças no momento da brincadeira;
10) Ao empinar pipa, tenha cuidado com o fluxo de ciclistas e motociclistas no local. Em alta velocidade, as linhas podem não ser vistas e, com isso, causar graves acidentes, sobretudo se tiverem cerol ou linha chilena.
Em caso de acidente envolvendo a rede elétrica:
– O local deve ser isolado para que não haja aproximação de outras pessoas;
– Não se deve retirar objetos ou pessoas que estejam em contato com fios da rede elétrica até que um profissional qualificado assegure que a energia foi desenergizada;
– Acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193, e a Equatorial Goiás, pelo 0800 062 0196.