#Brasil | O número de brasileiros com restrições na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devido a problemas de visão aumentou significativamente nos últimos dez anos. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (15/07) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com base em informações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), em 2014, havia 14,4 milhões de motoristas com a obrigatoriedade de uso de óculos ou lentes de grau para dirigir. Esse número saltou para 25,4 milhões em 2024, representando um aumento de 77%.
Atualmente, as restrições visuais representam 91% de todas as anotações nas CNH’s, que totalizam 27,9 milhões emitidas no Brasil. Esse cenário destaca a importância da saúde ocular para a população e reforça a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce de doenças oculares. De acordo com o levantamento, fatores como o envelhecimento da população, exposição prolongada às telas, aumento de doenças crônicas (como diabetes e hipertensão) e hábitos de vida pouco saudáveis contribuem para a crescente demanda por cuidados oculares entre motoristas.
Os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Rio de Janeiro têm as maiores proporções de CNH’s com restrições visuais em relação ao total de condutores, com 42%, 38% e 34%, respectivamente. O Acre possui o menor percentual, com 20% dos motoristas apresentando alguma restrição visual.
Crescimento Percentual por Estado
Entre 2014 e 2024, os Estados que registraram os maiores aumentos percentuais de condutores com restrições foram Goiás (129%), Tocantins (128%) e Roraima (125%). O Distrito Federal teve o menor crescimento, com 40%.
Tipos de Restrições Visuais
As principais restrições visuais nas CNHs incluem:
- Obrigatoriedade do uso de lentes corretivas: cerca de 25 milhões de motoristas.
- Visão monocular: 351 mil casos.
- Restrição de dirigir após o pôr do sol: 152,1 mil casos.
A inclusão de anotações na CNH é realizada pelo médico do tráfego ao final da avaliação necessária para concessão ou renovação da habilitação. Durante o exame, o profissional verifica as condições do candidato para dirigir sem oferecer perigo aos outros motoristas, passageiros e pedestres. São analisadas a acuidade visual, campo de visão, capacidade de enxergar à noite e reagir ao ofuscamento dos faróis, além da habilidade de reconhecer as luzes dos semáforos.
Em caso de deficiência visual, o médico encaminha o candidato para uma avaliação especializada com um oftalmologista para diagnóstico e tratamento adequado.
Para o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, os dados ressaltam a necessidade de maior atenção à saúde ocular. “Ao identificar sintomas de deficiência de visão, é essencial que os motoristas busquem avaliação especializada para prevenir acidentes e garantir a segurança no trânsito”, destacou o CBO.
Fonte: Agência Brasil | Foto: Joédson Alves