#Economia | Em mais um dia de instabilidade no mercado financeiro, o dólar comercial fechou nesta segunda-feira (02/12) em alta de 1,13%, sendo vendido a R$ 6,069. Essa é a maior cotação nominal desde a criação do Plano Real, em 1994. A moeda norte-americana operou em alta durante todo o dia, alcançando o pico de R$ 6,09 por volta das 13h.
No mercado de ações, a volatilidade predomina. O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira (B3), alterna entre ganhos e perdas, fechando com recuperação de 0,34%, para 125.235 pontos. Apesar de um aumento de nível de 0,13% registrado no início da tarde, o indicador foi tenso por incertezas fiscais e cerrou em baixa.
A instabilidade do mercado foi influenciada por incertezas em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo na última semana. Entre as medidas previstas estão a limitação do valor do abono salarial, alterações na previdência dos militares e mudanças na cobrança do Imposto de Renda. No entanto, até ao momento, nenhuma das propostas foi enviada ao Congresso Nacional, o que contribuiu para aumentar a cautela entre os investidores.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve no Palácio do Planalto ao longo da tarde para finalizar o texto das propostas. A demora no envio dos projetos fortaleceu o clima de desconfiança no mercado, agravando a pressão sobre o dólar e os investimentos financeiros.
Impactos econômicos
A alta do dólar tem efeitos diretos na economia brasileira. Produtos importados e insumos atrelados à moeda norte-americana, como combustíveis e eletrônicos, deverão sofrer aumento de preços. Além disso, o encarecimento do dólar pressionou a inflação, elevando os custos de produção em diversos setores.
Já a queda no Ibovespa reflete a cautela dos investidores, que aguardam maiores esclarecimentos sobre o cenário fiscal. A Bolsa de Valores enfrentou a resistência de setores diretamente ligados ao consumo interno, como varejo e construção civil, enquanto empresas exportadoras podem ser beneficiadas pela valorização do dólar.
Perspectivas
Analistas apontam que o mercado deve permanecer volátil enquanto persistirem as incertezas em relação à agenda econômica do governo. A expectativa é que o envio das propostas ao Congresso ajude a diminuir o clima de insegurança, mas o impacto das medidas dependerá da receptividade do Legislativo e da aprovação das reformas.
Nos próximos dias, o mercado deve monitorar de perto os desdobramentos fiscais, além de fatores externos como a política monetária dos Estados Unidos, que também influencia a valorização do dólar frente às moedas emergentes.
Fonte: Agência Brasil com Reuter | Foto: Reuters