Copom deve anunciar hoje, novo aumento da Selic em meio a pressões inflacionárias

#Economia | O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) definirá nesta quarta-feira (19/03) o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic. O encontro ocorre em meio à pressão do aumento dos preços dos alimentos e da energia, fatores que têm elevado a inflação nos últimos meses. A reunião será a segunda sob a presidência de Gabriel Galípolo. A tendência é o anúncio de novo aumento na Selic em 1 ponto percentual, chegando a 14,25% ao ano.

Expectativa do Mercado

Segundo a última edição do boletim Focus, a previsão do mercado é de um novo aumento de 1 ponto percentual, levando a taxa Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. Caso confirmado, este será o quinto aumento consecutivo da Selic, dentro de um ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024.

No último comunicado, divulgado após a reunião de janeiro, o Copom já havia sinalizado a necessidade de um novo aumento na taxa de juros, devido às incertezas do cenário internacional e aos impactos do pacote fiscal anunciado pelo governo no final do ano passado.

Inflação Acima da Meta

Na ata da reunião anterior, o Copom destacou que a inflação permanece elevada, principalmente devido ao aumento dos preços dos alimentos. De acordo com o boletim Focus, a projeção para a inflação de 2025 subiu para 5,66%, ultrapassando o teto da meta contínua definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, podendo chegar a 4,5% dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Impacto da Taxa Selic

A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação. Quando a taxa de juros sobe, o crédito fica mais caro e o consumo tende a diminuir, ajudando a conter a alta dos preços. Por outro lado, um aumento elevado da Selic pode impactar negativamente a atividade econômica, encarecendo financiamentos e reduzindo investimentos produtivos.

Atualmente, o Brasil enfrenta um cenário de pressão inflacionária combinada com desafios no crescimento econômico. O aumento da Selic pode ajudar a reduzir a inflação no curto prazo, mas também pode comprometer a recuperação da economia, que já apresenta sinais de desaceleração.

Novo Regime de Meta Contínua

Desde este ano, a inflação passou a ser monitorada pelo novo sistema de meta contínua, no qual a meta de 3% é avaliada ao longo dos meses, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Dessa forma, a inflação acumulada nos últimos 12 meses é comparada com a meta, permitindo um ajuste mais dinâmico da política monetária.

O próximo Relatório de Inflação do Banco Central será divulgado no fim de março, podendo trazer novas projeções para a política econômica do país.

Decisão Final

A definição da Selic será anunciada na noite desta quarta-feira, após dois dias de reunião do Copom. O mercado acompanhará de perto os desdobramentos, avaliando os impactos da decisão tanto na inflação quanto no crescimento econômico do Brasil.

Fonte: Agência Brasil