#Internacional | A fala do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva comparando as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial por Adolf Hitler, causou mal estar e reações rápidas do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que classificou as palavras do presidente brasileiro de vergonhosas e graves. O embaixador brasileiro no país foi convocado para dar explicações ao governo de Israel.
A declaração do presidente Lula foi feita na Etiópia, durante coletiva de imprensa, antes de embarcar de volta ao Brasil após viagem internacional de cinco dias ao continente africano. Lula foi perguntado sobre o envio de ajuda financeira à Agência das Nações Unidades para Refugiados Palestinos. Em sua resposta, criticou os países que interromperam o financiamento para o órgão e disse que o que acontece na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio.
“É muito engraçado. Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar a contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaz não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio”, disse Lula.
O presidente comparou a reação de Israel ao Holocausto, quando o regime nazista de Adolf Hittler matou 6 milhões de judeus. “Sabe o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. Então como é possível que a gente possa colocar um tema tão pequeno, sabe? Você deixar de ter ajuda humanitária? O Brasil condenou o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, afirmou.
O presidente criticou os países que interromperam o financiamento para o órgão depois das denúncias de que integrantes da agência tiveram envolvimento no ataque terrorista de 7 de outubro em que o Hamas matou 1,2 mil pessoas e sequestrou 242 pessoas. As denúncias estão sendo investigadas pela agência e já resultaram na demissão de um grupo de funcionários.
O Ministério da Saúde do Hamas, disse que mais de 28 mil pessoas já morreram em Gaza, desde o início da reação israelense.
Em resposta ao presidente Lula, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahy afirmou que as palavras do presidente brasileiro são vergonhosas e graves. “Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e irá fazê-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional. Decidi com o chanceler Israel Katz convocar imediatamente o embaixador brasileiro em Israel para uma dura conversa de repreensão”, escreveu.
Em outro momento, durante evento em Jerusalém, Netanyahu falou novamente sobre as declarações de Lula. “O presidente desonrou a memória de 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e demonizou o Estado judeu, como o mais virulento antissemita. Ele deveria ter vergonha de si mesmo”, afirmou.
Fontes: G1 e Agência Brasil | Fotos: PR e Internet