#Saúde | Goiás enfrenta um crescente desafio em relação à obesidade infantil, e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES/GO), tem se empenhado em monitorar e combater essa preocupante tendência e alerta os pais para a situação. Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), o número de crianças de até 10 anos com excesso de peso no estado aumentou 6,05% de 2018 a 2021, enquanto a obesidade aumentou em alarmantes 16,21% no mesmo período. Em 2022, a prevalência de obesidade infantil atingiu 10,21%, representando 34.167 crianças, mostrando uma leve queda em relação ao ano anterior, mas ainda com números preocupantes.
O diagnóstico de obesidade em crianças é diferente daquele em adultos, como destaca o pediatra e diretor técnico do Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad), André Rosetti. “A obesidade infantil é a condição em que a criança se encontra acima do seu peso, em relação a sua altura e idade, verificando se o peso está adequado ou não para aquela fase. Às vezes os pais pensam que a criança está apenas com sobrepeso, mas, na verdade, já está com obesidade”, ressalta.
O alerta também serve para adolescentes. Segundo a nutricionista Liana Vieira, da Coordenação Estadual de Alimentação e Nutrição (Cean) da SES-GO, há uma tendência de aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade com o aumento da idade em crianças e, principalmente, em adolescentes.
Diversos fatores têm contribuído para o crescimento alarmante da obesidade infantil em Goiás. Entre as principais causas estão a má alimentação, com opções ricas em açúcares e alimentos ultraprocessados, além da baixa aceitação de legumes e vegetais. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como celulares, tablets e televisões, tem levado ao sedentarismo entre as crianças, agravando ainda mais o problema. O pediatra André Rosetti alerta ainda para doenças emocionais associadas ao sedentarismo, como ansiedade e depressão.
As consequências da obesidade infantil são preocupantes e podem perdurar até a vida adulta. Crianças obesas podem desenvolver diabetes precoce, colesterol alto e hipertensão, necessitando de uso de medicamentos para controlar essas condições. O acompanhamento médico, a intervenção na alimentação da criança e da família e a inclusão de atividades físicas no cotidiano são medidas fundamentais para o tratamento e prevenção desse problema.
O Governo de Goiás, por meio da SES-GO, tem desenvolvido programas para combater e prevenir a obesidade infantil. Um exemplo é o Saúde na Escola (PSE), do Ministério da Saúde, que envolve 13 ações, incluindo a implantação de hortas e oferta de alimentos saudáveis nas escolas. Além disso, o programa Estratégia Nacional de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (Proteja) é aplicado em 24 municípios com recursos federais. Projetos como Academia da Saúde e Incentivo à Atividade Física nas Unidades Básicas de Saúde (IAF) também trabalham com grupos infantis.
A SES-GO está comprometida em reformular o Plano Estadual de Enfrentamento de Doenças e Agravos não Transmissíveis, focando na prevenção, promoção da saúde e controle de doenças como as cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas, com ações direcionadas à vigilância. O objetivo é incentivar os municípios a adotarem medidas abrangentes para prevenir e combater a obesidade infantil, proporcionando um ambiente saudável para o desenvolvimento das crianças e adolescentes do estado.
Foto: SES-GO